Do jeito que o capeta gosta (parte 2)

O conceito de bloco carnavalesco no carnaval de São João dos Patos não é muito diferente do que acontece no resto desse país continental chamado Brasil. Meu pai (o popular Roberto da CAEMA) tem uma definição surreal desse fenômeno de manifestação popular de alegria exaltada:

"Não passam de um monte de bêbados correndo atrás uns dos outros. Não tem graça nenhuma"

De fato, o cunho etílico do movimento é bastante evidente, como aparece na foto abaixo, tirada por mim em meio ao furdunço da passagem de um bloco:

As mãos com copos erguidos aos céus são de foliões do bloco. Os caras sentados nos freezers estão servindo cerveja de graça aos foliões: trata-se de um caminhão de cerveja, no qual os participantes iam abastecer seus tanques constantemente. Sempre havia muitos copos, a ponto de os "garçons" não darem conta do serviço. Ao ver essa cena, logo me veio à cabeça a figura de uma multidão de fiéis (foliões) adorando a um Deus (caminhão da cachaça). Só vendo mesmo.

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A música do "créu" (música?) também virou mania no carnaval em São João dos Patos. Tanto é que, no anseio por maior visibilidade e prestígio pessoal (vontade de aparecer), algumas moças de um instante para outro saíram da massa ensandecida e subiram ao palco (convidadas pelos vocalistas aproveitadores de menininhas inocentes) e consumaram a tal dança que, dado seu caráter patológico, deveria ser tratada como caso de calamidade pública em todo o território nacional:

Em São João dos Patos é assim: quem não gosta de pular carnaval (como eu) vai pra praça pra ver momentos como esses. E é bem legal!