Nos primeiros anos de escola, certo dia uma professora tentou desenhar um violão no quadro da sala de aula, e o desenho ficou muito tosco. Eu, com não mais que cinco anos, falei: "professora, isso aí tá parecendo uma pá!". Peguei um pedaço de giz, fui até o quadro e desenhei um violão.
Aprendi a ler muito cedo. Aos 4 anos, fui tema de uma matéria do jornal local da minha cidade (São João dos Patos-MA) por já ser capaz de ler muita coisa. Mais tarde, descobriram que essa história de superdotado não passava de
alarme falso.
Na mesma época, eu costumava cantar as músicas do Fagner. Eu gostava também de cantar "amanheceu, peguei a viola", do Rolando Boldrin. Minha mãe, claro, achava
o máximo.
Em mais uma das esquisitices da minha infância, eu costumava repetir o slogan do Baygon. Aliás, eu era vidrado em comerciais!
No meu aniversário (quatro anos), ganhei de uma tia o famoso
Anfibius (carrinho da estrela, ícone dos anos 80). Eu o tenho até hoje,
quase 20 anos depois.
Certa vez meu irmão mais novo pegou uma tesoura e cortou uma parte do meu cabelo, deixando um "buraco". Eu tinha uns sete anos.
Na escola, fui muito atormentado. Sempre fui o mais baixinho. Minha única "arma" eram as
caricaturas que eu fazia dos meus colegas.
Sou muito tímido - e na época da escola não foi diferente. Sabendo disso, um grupo de meninas da minha sala (acho que estávamos na 8ª série) reuniu-se para fazer algo surreal: passaram batom nos lábios e me atacaram, enchendo de
marcas de batom a camisa do meu uniforme (branca). A professora me encaminhou para a diretoria, onde me deram uma camisa diferente - a do
uniforme dos professores, que era amarela. Todos de branco, e eu de amarelo.
Eu, como todo garoto, gostava de brincar de "
polícia e ladrão". Normalmente brincávamos com pedaços de madeira representando as armas, mas um dia comprei um revólver de brinquedo, daqueles que usavam espoletas pra simular tiros. Já cheguei no lugar da brincadeira atirando - as bombinhas faziam um barulho danado. Meus amigos se assustaram e
subiram nas árvores achando que era um revólver de verdade.
Certa vez me disfarcei de
mister M e quase matei minha mãe e uma vizinha de susto.
Também curtia esconde-esconde (na minha terra era conhecido como "se esconda"). Só brincava à noite, ia até mais tarde. Certa vez me empolguei tanto com o suspense da brincadeira que fui me esconder em
outro bairro da cidade, tamanho era o
medo de ser pego.
Puxa vida, eu já tenho
23 anos.